terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sem voz.

Seus olhos me rasgam sem precisar falar
vejo neles o muito, coisas findas, lindas
sinto neles atos crentes, que não sei explicar
antes céticas, antes, antes de encontrar teu olhar.

Sempre que olho no espelho
seus olhos me rasgam sem precisar falar
olharia no teu olho o dia inteiro
só queria esse mundo, atravessar.

Moraria no teu submundo
sem com nada ou contudo
seus olhos me rasgam sem precisar falar
não precisaria de muito, apenas do teu olhar.

E cega seria, se eu pudesse enxergar
como tudo que como, sempre foi o muito que sou
morreria com cores, as do olho que me apaixonou
seus olhos vão, seus olhos vão me rasgar.

Samara Lemos.

Um comentário:

Ah, obrigada!