domingo, 24 de outubro de 2010

Forças?



Estou cansada
todos os meus dias
essa longa e triste jornada
Não consigo mais fechar os olhos e simplesmente sair
O que tem aqui dentro é bem mais forte que eu
É bem mais escuro do que está fora de mim.

Talvez seja só uma monotonia um tédio..
Talvez, mas eu não sinto isso, sinto que é bem mais forte
E a força que me segurava
a força que eu tinha, padeceu..
E agora ela esta mais fraca,
bem mais fraca que eu..

Talvez tudo tenha sido culpa minha
Não sei, deixei minha escuridão o consumir
mais o que posso fazer?
Ele que se deixou partir... :/

A força que me resta
é a melancolia que me consome
desculpe, mas não me culpe
São muitos dias, muitos
e me conheces tão bem,
e me conhecer tão mal
Preferisses padecer, ao deter
a escrupulenta chama que agora
acaba de consumir eu e você.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Medos.




Estátuas não me deprimem tanto quanto espelhos, paradoxos, apegos.
As pessoas me assustam, não é de fantasmas que tenho medo.
Tenho medo das pessoas, dos meus desejos.
Medo do que é, não do que será,
Medo de hoje, - o ontem eu consigo superar!
Medo da demora, dos sonhos
Medo de histórias, das lutas das derrotas
Medo de quem ler, quem escreve, quem ver.

Não tenho medo de quem ouve, quem aceita,
quem mal diz..
Tenho medo de quem grita, quem sacoleja
quem pede bis.

Tenho vontade de querer
mas tenho medo de sofrer.
Tenho vontade de amar
mas tenho medo de chorar.

Eu só peço a Deus
pra em meu peito conservar
essa ultima faísca que me resta,
que em meu peito pensa em se apagar
um fio de luz,
de ironia, um fio de sonho
que minha vida, pode ainda salvar.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A meu sobrinho.



Ele chega de cabeça baixa
olhando os pés
faz que disfarça
um velho carrinho na mão
Um rápido sorriso,
não, ele não é tímido
Levanta a cabeça e agora sim
se desmancha em largos sorrisos..

Ah, quatro anos de muitas experiências
perguntas tão bobas e as vezes escrupulentas
sorrir meigo, chora bravo
mais que raiva, passa assim que olha pro lado
uma borboleta, um bicho?
- Tia, o que é aquilo?

E eu, velha, me debruço sobre a nostalgia da infância.
Como é bom, poder olhar, no fundo dos olhos de uma criança.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Papel rabiscado.


Atiro pela janela tudo que for fácil
defenestro até meus atos infantilizados.

E num suspiro, tímido, tímido,
tocado.
Sorri, olha e descobre,
nada está como planejado.

Quem pode querer planejar algo?
Nada é como pensamos
talvez até erramos
quando sonhamos acordado.

Me maldigam
se estiver errado
o sonho dos poetas
nada mais é, que o dia-a-dia
apenas com belas palavras cantado.

Não quero acusar os meus amigos poetas
tão pouco desdenhar poemas,
tantos poemas belos...
Apenas me canso, de tanto canto
e nada, nada de completo
nada de real
apenas sonho, sonhos...

O que faço eu?
com todos esses escritos?
dias, sonhos, histórias
palavras...

apenas. Apenas velhos rabiscos..
Nem muito nem pouco..
vivido ou sonhado, só papel
papel rabiscado.