sexta-feira, 1 de maio de 2009

Alma de rosa viva.

Beijei uma alma fria
senti-a como se estivesse viva
sorria sem medo
aquele veludo em agonia

No silêncio de seus gritos
levei-a comigo
na solidão de meus passos
guardei-a em meus braços

Talvez fosse um sonho
e eu cega endoidecida
pisei em flores vivas,
rosas lindas
embaixo do meu pé morriam.

Samara Lemos.

À senhora saudade.

O véu gelado das palavras
torturam-me como grandes facas afiadas
em meus punhos entrelaçadas.

Suplico-lhe, oh vossa saudade
casse-se comigo nessa noite de tempestade
as doces palavras cativantes de amor,
aquelas que através de você ele me falo.
arrancam-me os suspiros mais eloqüentes,
são sempre ferventes.

Dona poesia,
traga-me sua benção nessa harmonia
Quero nessa noite fria,
casar-me em nome da palavra sua filha
com a saudade dos versos que ele me dizia.

Samara Lemos.

O meu eu despedaçado.

Eu sou a criança morta
Que a vida amarga matou
Sou a viúva da vida torta
Que a loucura de mim roubou.

Sou o sorriso do palhaço
A tinta escorrida em seu retrato
Sou um olhar despedaçado
Que a infância prendeu a seus braços

Sou o vinho que a adolescência bebeu
Sou o aborto, um feto morto
Sou a plebéia que nos braços do rei morreu

Perdi-me nos passos tortos do dançarino surdo
Beijei os lábios do mundo
E agora vivo com todos seus surtos...

Samara Lemos

Não Sei, Não Sei...

Quando te olhei, não sei, não sei,
Senti algo estranho, seus olhos me chamando,
E seus lábios falavam o que meu coração temia,
E contra esse desejo lutei, te amei.

Queria que fosse mentira
E fingi não te ver
Mas quando perto de ti fiquei
Te beijei, sem querer.

Não sei, não sei,
Eu e você, vem cá
Vamos brincar
E teus lábios nos meus
Vamos amar.

E eu pensando em você
E quando meus olhos querem te ver
Tento fugir, me esconder,
Quero lutar, mas eu e você...

Não sei, não sei,
Eu e você, vem cá
Vamos brincar
E teus lábios nos meus
Vamos amar...

Samara Lemos.