terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sem voz.

Seus olhos me rasgam sem precisar falar
vejo neles o muito, coisas findas, lindas
sinto neles atos crentes, que não sei explicar
antes céticas, antes, antes de encontrar teu olhar.

Sempre que olho no espelho
seus olhos me rasgam sem precisar falar
olharia no teu olho o dia inteiro
só queria esse mundo, atravessar.

Moraria no teu submundo
sem com nada ou contudo
seus olhos me rasgam sem precisar falar
não precisaria de muito, apenas do teu olhar.

E cega seria, se eu pudesse enxergar
como tudo que como, sempre foi o muito que sou
morreria com cores, as do olho que me apaixonou
seus olhos vão, seus olhos vão me rasgar.

Samara Lemos.

Flores.

Ela me veio viva e sorrindo
me piscava ao deitar em meus braços
cheias de cheiro e brilho, às deixei dormindo
Trazia-me paz, lembranças fortes fatos.

de vagar a elas levantava os olhos
elas tímidas, diziam carícias
Quentes e ensolaradas, belas cores me continuavam sorrindo.

Oh, doces flores do olimpo
rosas vermelhas agora amareladas
seu cheiro já odorizado
como podes, morrer ficando em pedaços.

Doces flores, não deslizem, segurem meu braço,
não morram sem um adeus,
levem aos mortos minhas lembranças,
diga no céu das flores
diga que na terra, ainda à esperança.

Samara Lemos.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Matarei.

Quando olho para os lados, só vejo o vago
não vejo cores, é tudo fosco, não vejo nem o nada
Qual seria o rosto do nada? - Não importa!
Só um rosto me interessa, que eu me apague
pois já não tenho mais brilho, nem forças para continuar.
Não me importa! Pois só uma força me interessa!
Jogarei meus olhos fora, pois já não preciso mais enxergar
Só uma união de traços e cores me interessa.
Vou cortar o céu, ele as vezes me mostra as estrelas,
e elas não me interessam.
Só duas estrelas me interessam, apenas um par de olhos.

- Para a felicidade, não preciso sujar minhas mãos.
Ela morreu sozinha, minha solidão à assassinou.
e minha melancolia com a saudade se casou.
Filhos de tristeza em mim, gerou esse amor.
Me matarei, já não preciso mais de mim,
ser triste já não me comove mais.
Pois só uma infelicidade me deixaria infeliz
só um sorriso, me fará sorrir.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Eu morri duas vezes
sem fôlego sobrevivi
me acordei quatro vezes
nem contudo, endureci.
Hoje vejo meu passado
Perturbado, esqueci
vivo hoje, quase vida
nem consigo ser feliz
me esqueço sem porquê
nem com nada, já te esqueci
E por culpa do sujeito
me acordou, envelheci.
Veja só meu amor
a dias atrás eu era feliz
vem o mundo perturbando
vem gritando, não, me diz.
Foi bom ele me disse
gritando, eu entendi
me rendeu lágrimas
de um sim, não te esqueci.
Vou morrer 3 vezes
e na quarta resistir
vou te amar eternamente
e de longe te ver partir.. :/

Depois termino, uahauhauhauh'

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Nem me resta

Se de repente tudo se cala
e os olhos mortos se arregalam
quando falta fôlego e o coração dispara
tudo que se foi, veio ou vai, tudo, tudo escala
E as montanhas se embriagam, com passos,
passos, passos, passos cansados
olhos, olhos, olhos arregalados
vejo tudo fosco, nem leio, nem escrevo
vejo tudo morto, nem cores nem preto
nem vazio, nem silencio nem cega nem visão
nem imagem, nem imaginação.
Só me resta o pouco que e muito,
o vazio que é cheio, "o mundo da alienação"!

Samara Lemos

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Excessoalização

Sem paz
meu mundo está imundo
e toda essa "excessoalização"
tento lutar, apesar, mas porém e contudo
mal consigo me expressar
chorar, ou falar algo sem alienação
mal consigo te amar
te beijar, sem pensar no que tenho em mãos
seria simples viver como um pássaro
um ser sem distinção
ver o azul infinito do céu
ver as nuvens, nuas, no papel
ser criança e desenhar
ter infância e cantar, "vem que eu te quero bem"
oh, vem meu bem, me entender
ler minha mente, me olhar e compreender
só quero sorrisos, sonhar com o paraíso
só quero beijos e abraços
piadas, sem laços
quero um abraço apertado
esquecer quem me esqueceu
ter em mente o que é meu
me livrar dos pensamentos
e tudo que é lamento
deixar pra lá
toda essa mundo sem razão
toda essa excessoalização!

Samara Lemos

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um Peixe

Talvez se eu fosse um peixe
voaria mais auto que esses pequenos seres que se julgam tão "voadores", enfim tão fixos, não movem uma só asa.

E mesmo eu, um peixe meio sóbrio quase que sem vida, meia vida quase que sem álcool, choro ceco meio sorriso, voou tanto, tenho braços, embora asas, um peixe, um peixe santo, sonho, nada, vivo e canto.

Como um peixe, quase canto, canto pouco quase nada, meio nada quase morro, sendo santo, meio fosco, quase cego mais que torto.

Peixe, peixinho, peixão, nado no nada, voou com as asas na mão'

Samara Lemos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Felipe.

Lipe, chato --'

Em uma manhã soturna
recebo carícias e escuto piadas
levanto os olhos até seu rosto
encontro o Lipe me dando cantadas

Com um olhar irônico
faço que não gosto e o chamo de chato
com um sorriso cômico
ele me ignora e me da um abraço

Meu amigo que amo
e sei que sempre vai está do meu lado
entro no msn e te chamo
só pra mais uma vez, te chamar de chato.

Samara Lemos.
Seu sorriso de vidro é volátil e efêmero
ao vê-lo me sinto um gorila buscando queijo.


Eu me sinto, e tu não ?

Ergástulo

Nessa vida de cão
só o que posso fazer é chorar
e no meu choro derramo perdão
o perdão daqueles que não pude amar.

tenho em minhas mãos
a pétala de uma flor
talvez o guardo em vão
não sei o significado do amor.

vem esfaquear meu coração
me rasgando esse velho vestido
vem me tirar da solidão
me libertando do ergástulo do sentido.

Vida de gado

Meu jumento, o bixim
amarrado no cepo
dia e noite, ô sofrimento sem fim
não sei o que faço pra ele num impacá
tem que ser é na lapada,
só assim faço ele andar!

Mas o coitado num aguento, e logo me indagou:

Disse ele: Mas oxente? desse jeito cê tá doido
assim quer me matar!
vá simbora que eu me ajeito
fique tranquilo compadre sujeito
vá pro puleiro, que já já eu chego lá!

Mais home e cada coisa
que nois pião tem que aguentar
no dia que eu matar um bicho desse
só quero ver, se vão me reclamar!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Te juro mentir...

Talvez se eu te falasse a verdade
Tenho tanto medo de te perder
Talvez eu não queira perder minha mocidade
Tenho saudades de você.

Olha aqui, estou lembrando do seu sorriso,
Nossa como você é lindo!
Não deixe essa brincadeira acabar
Eu prometo não te amar

Talvez eu queira te ver
Tenho tantas coisas pra dizer
Talvez eu pudesse te beijar
Tenho tanta vontade de te amar

Olha lá, eu estou te observando,
Nossa adoro ver seu cabelo ao vento
Não esconda de mim seu sorriso
Eu prometo não falar a verdade
Eu juro, nada estou sentindo

Talvez se eu pudesse te beijar
Me afogar de novo em teu olhar
Como queria você aqui,
Não, eu juro, não estou pensando em ti.

Samara Lemos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Infeliz seria.

Minha vida vida tua
tua vida minha cura
cura a vida que não tem cura
infeliz seria
minha vida sem a tua.

Meu sorriso boca tua
tua boca, boca minha
beija a boca que é tua
beija a tua que é minha

viva a vida, viva a minha
vivo a tua, vivo a nossa
vivo a vida sem demora
demora a vida que é nossa
vivo de vida, vivo de nos
morto com vida, morto sem voz.

Samara Lemos

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Alma de rosa viva.

Beijei uma alma fria
senti-a como se estivesse viva
sorria sem medo
aquele veludo em agonia

No silêncio de seus gritos
levei-a comigo
na solidão de meus passos
guardei-a em meus braços

Talvez fosse um sonho
e eu cega endoidecida
pisei em flores vivas,
rosas lindas
embaixo do meu pé morriam.

Samara Lemos.

À senhora saudade.

O véu gelado das palavras
torturam-me como grandes facas afiadas
em meus punhos entrelaçadas.

Suplico-lhe, oh vossa saudade
casse-se comigo nessa noite de tempestade
as doces palavras cativantes de amor,
aquelas que através de você ele me falo.
arrancam-me os suspiros mais eloqüentes,
são sempre ferventes.

Dona poesia,
traga-me sua benção nessa harmonia
Quero nessa noite fria,
casar-me em nome da palavra sua filha
com a saudade dos versos que ele me dizia.

Samara Lemos.

O meu eu despedaçado.

Eu sou a criança morta
Que a vida amarga matou
Sou a viúva da vida torta
Que a loucura de mim roubou.

Sou o sorriso do palhaço
A tinta escorrida em seu retrato
Sou um olhar despedaçado
Que a infância prendeu a seus braços

Sou o vinho que a adolescência bebeu
Sou o aborto, um feto morto
Sou a plebéia que nos braços do rei morreu

Perdi-me nos passos tortos do dançarino surdo
Beijei os lábios do mundo
E agora vivo com todos seus surtos...

Samara Lemos

Não Sei, Não Sei...

Quando te olhei, não sei, não sei,
Senti algo estranho, seus olhos me chamando,
E seus lábios falavam o que meu coração temia,
E contra esse desejo lutei, te amei.

Queria que fosse mentira
E fingi não te ver
Mas quando perto de ti fiquei
Te beijei, sem querer.

Não sei, não sei,
Eu e você, vem cá
Vamos brincar
E teus lábios nos meus
Vamos amar.

E eu pensando em você
E quando meus olhos querem te ver
Tento fugir, me esconder,
Quero lutar, mas eu e você...

Não sei, não sei,
Eu e você, vem cá
Vamos brincar
E teus lábios nos meus
Vamos amar...

Samara Lemos.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Teu nome

Respirei teu nome
para dentro de mim
guardei com fome
esse amor sem fim.

O ar insaciável
seco e desesperado
a dor do abraço
com um beijo rasgado.

Levo-te para os pulmões
e mancho-me com teu desejo
te quero por inteiro.

Solto-te com medo
de não poder mais de respirar,
mas novamente eu sinto o teu nome no ar.

Samara Lemos

Fumaça Endoidecida

Aqui no meu quarto tragando meu cigarro

Refletindo meus problemas

E na fumaça embaraçada reflete a minha alma,

Cinza como a cinza do cigarro

Que suja o meu caderno

E cai na minha roupa

Sujando-me como a paixão

De um louco sem perdão.

Uma tragada forte

Que queima minha garganta,

Do meu lado ta meu copo que brilha como seus olhos,

Loucura das minhas mãos

Que escrevem antes de saber o que você quer me dizer.

Espere não diga nada,

É a ultima tragada,

O que devo penso?

Na minha vida,

Enroscada nos meus loucos desejos?

Ou em você?

Estou mais calma,

Mas não paro de ver minha alma na fumaça

Que grita louca: eu te amo, vem viver!

Meus lábios ressecados queimam com o cigarro já acabado,

Lembro do seu sorriso rasgado,

Calmo e desesperado, seus olhos apertados.

O meu cigarro acaba,

Meu copo seco,

E agora reflito endoidecida sem saber o que pensar

É muita coisa, a fumaça não que se apagar.

Ela me olha feliz,

E de fora da janela me diz,

Poetisa vem cá, vamos voar!

Veja como eu flutuo,

Venha comigo, vamos relaxar,

Esquecer os problemas,

Até que nisso, eu posso te ajudar....

Samara Lemos