terça-feira, 31 de julho de 2012

Escara.



Tristezas são hífens
escara de dias frios,
sentimentos oprimidos
beleza morta,
Dor, alguns enfins.

domingo, 29 de julho de 2012

Retalhos.




Sentimento são fiapos de pensamentos
Que  a  vida vai aos poucos remoendo
de um lado ela costura
do outro a traça vai comendo

Cada dia é uma linha
cada história um remendo.
Cada pessoa é uma agulha
e o pano  aos poucos vai crescendo.

O medo da morte abala,
faz furos!  Com pontos a vida disfarça.
A vida quase nunca sabe o que ta fazendo
é um cachecol, um casaco?
Não se sabe, são só remendos.

E a vida vai costurando,
cada vitória é um botão
cada amor um novo remendo
cada fiapo são farrapos de coração.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Se eu soubesse nadar.

Eu não mataria você por nada..
Nem mesmo por muito..
Tenho tantas almas a zelar..
E você é um fantasma..Um infortúnio.

Jogaria todas as suas fotos em um rio,
se pudesse nele, me atirar também.

Não posso me desfazer de um amor,
que de tanto que me ensinou, se cansou,
quem não se cansa?
É tanto canto.. São tantas vozes..

Histórias repetidas, músicas embebidas,
eu e você, lendo o mesmo livro em uma tarde de chuva.
A gente nunca vira a página,
É impossível! O fim já se passou.

Deus sabe bem mais que esse meu copo de vinho vazio.
E minhas noites em claro,
meus poemas rasgados..

Ninguém sabe sobre mim..

Eu não te mataria por nada.
Nem por muito..
Apenas se ao rio eu pudesse me atirar também.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quieta.

 Noite estrelada de Vicent Van Gogh.

Fecho os olhos para tentar me deslocar,
sinto o fino sopro da neblina me tocando,
penso em como queria te abraçar,
sei que a lua está  longe, me observando.

Vem os céus, todos os dias,
falando baixo, me beliscando,
ouço quando se tocam as penas das águias
sinto que as estrelas sobre mim, estão fuxicando.

Passo horas e horas, quieta,
não me mecho muito, estou apenas respirando.
Faço de conta que sou a única no mundo
que sou cega, desimpedida
e impedida, de ser feliz de ser poeta.

Por isso deixo meus olhos fechados,
respiro baixo, baixo,
não lembro da paisagem ao meu lado,
estou quieta, não quero que o mundo
seja também acordado.