Passa o
tempo, passo fria, passa a vida
e eu
fico.
Passo em
passos calados
cuidado.
A calçada está escorregadia.
Passo tão
calma e sem vida,
passo
beliscando os postes,
para não
passar despercebida.
Passo por
você e repasso,
sem sons,
sem psius, sem assaltos.
Ninguém
me viu,
continuei
passada, estou passando,
sou a
morena descalça,
sou a
garota calma,
sou eu
que vou, devagar,
devagar,
tenho medo de ser vista,
estou
querendo ser conhecida,
Ninguém
me viu.
E quando
chove deixo a chuva beijar meu rosto,
me sinto
nua, ela me veste,
me sinto
fria, ela me aquece!
A chuva
me ergue, está me abraçando,
e o som
gelado de seus pingos que não consigo pegar,
caem e se
desmontam no chão...
No chão..
Não é em vão,
os céus
não sentem a dor da água,
minhas
costas descobertas sim.
Aonde
vou?
Tenho
pressa, me apressa, não quero ver o sol.
Vou
pisando calma, estou passando sem descompasso,
já é
manhã, quem vem?
Ninguém?
Nenhum psiu,
Ninguém
me viu.
Muito belo... Sempre o taleto da poesia fica a flor da pele em tudo o que tu escreve... Beijos
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