sexta-feira, 10 de junho de 2011

Só os poetas sabem.

Leonora Carrington, Auto-retrato (o albergue do cavalo da aurora), 1938. (Em homenagem a sua partida. Bela, bela. Ultima dama do Surrealismo)


Quando escuto magro
O vento sopra tremulo
E me sussurra poemas
como aqueles que choram calado
de amores não correspondidos
Acho que o vento..
O vento também é mal amado.

O vento que se cala
Não é o vento que eu conheço
O vento que vem..
Se perde.. Se mata..
Vive.. E grita
Me diz.. Com voz rouca:
- Moça.. Moça..
Tão lento ele fala, repete, ressalta
- Moça.. Moça.. Poeta.. escritora
Eu não sei como ele sabe..
Mas acho que ele acha que sou louca
E ele grita, chora
- Moça.. Ver.. Me vai..
E quando tento escutar..
Ele esvai-se e o silêncio vem..
Já não está mais frio..
Já não sei se ele se foi.. Se ele ainda vem.

Quem pode ouvir o vento
Só os poetas?
Só esses vãos loucos
Doidos esvaídos de pensamentos
E se tu sabe.. Que tu é poeta
Tu deixa de ser pouco
Passa a ser mais um..
Mais um grande mente roso.
osso.. osso. osso.

2 comentários:

  1. "O vento que se cala
    Não é o vento que eu conheço
    O vento que vem..
    Se perde.. Se mata..
    Vive.. E grita"

    dependendo do nosso estado de alma, ainda estragamos o nosso vento ... rs
    muito bom o poema

    beijoosss
    taaci

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