sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dor da idade.




Um sorriso dolorido
dor da idade,
é o que eu sinto.

Olhos empoeirados
não vejo meu reflexo
sinto apenas meus fortes traços.

Minha pele já caída,
minhas lembranças esquecidas.

Não guardei retratos,
não escrevi livros,
não pintei quadros,
não tive filhos.

Não me lembro de já ter chorado
o que eu lembro é do meu cansaço
talvez uma dose de auto-piedade
dos meus longos anos de vida.
sou só uma velhinha
uma ranzinza senhora de idade.

4 comentários:

  1. Há,Há, estava cá eu me prguntando o que poderia ter acontecido com você...

    Belo retorno, espero que não tão velha e nem tão ranzina assim.

    não pare mais de escrever...

    um grande abraço.

    Bons Ventos!!

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  2. Ou Zélio, vc é sempre um amor.
    Muito obrigada viiu, xD

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  3. Samara,
    Explique-me como uma mulher pode pensar de forma tão brilhante como uma mente mais avante? Senti como você propôs um eu-lírico muito mais velho do que você, mas senti nos seus versos marcas pessoais.

    E quanto ao verso:
    "Olhos empoeirados
    não vejo meu reflexo
    sinto apenas meus fortes traços."
    Seriam um efeito da cegueira da personagem?

    Muito interessantes os versos, mas surpreendi-me mais com quem os escreveu. Não me parece condizente uma mulher escrever sobre a velhice sobre o véu de uma idosa. Mas isso não é uma critica à sua poesia, e sim, um desabafo intrigado.

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  4. Olá Ivan, muito agradecida por a visita *--* e o estudo aqui feito :O, rsrs. Pelo visto, tens um olhar crítico muito aguçado, realmente era essa a ideia, ser cega, fria, sempre tive uma visão doce dos velhinhos, quis fazer da minha uma senhora amargurada.

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Ah, obrigada!