sexta-feira, 1 de maio de 2009

O meu eu despedaçado.

Eu sou a criança morta
Que a vida amarga matou
Sou a viúva da vida torta
Que a loucura de mim roubou.

Sou o sorriso do palhaço
A tinta escorrida em seu retrato
Sou um olhar despedaçado
Que a infância prendeu a seus braços

Sou o vinho que a adolescência bebeu
Sou o aborto, um feto morto
Sou a plebéia que nos braços do rei morreu

Perdi-me nos passos tortos do dançarino surdo
Beijei os lábios do mundo
E agora vivo com todos seus surtos...

Samara Lemos

Um comentário:

  1. muito massa... gostei mesmo...
    "Beijei os lábios do mundo
    E agora vivo com todos seus surtos..."
    muuuiito foda esse final.

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Ah, obrigada!