sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sim e não.

Baco e Ariadne (1578), de Jacopo Tintoretto


Poderia escrever sobre qualquer coisa, mas hoje não.
Não quero conversar, não quero amores, nem dores.
Não quero o silêncio, não, o não também não há.

Poderia falar sobre mim, mas isso já me esgotou.
Já não me resta nada! Não há o que derramar,
não tenho medos, nem desejos...
Não tenho nem se quer, vontade de recitar!

Poderia ler um livro, cantar versículos,
imitar o nada, mas não quero encenar!
Não quero nada que tenha não, nem o sim,
perdão, mas sim já é um não, e não, eu não quero
poetizar.


Poderia poder voar, voando sobre a imensidão do mar,
podendo nadar nos zoinho do meu amor,
posso cantar, chorar e recitar, que foi de paixão, que meu coração,
tão brincalhão e dengoso quis se afogar,
e se é pra morre sem essa falta de ar, meu amor, venha cá,
que nos seus olhos, quero de amor, me afogar.

2 comentários:

Ah, obrigada!